O cuidado com o meio ambiente, como anunciou Máximo Vedoya há uma semana, está no centro da agenda da empresa. Nesse contexto, a área de Segurança e Meio Ambiente lançou a Hora Ambiental, ação que levará muitas pessoas a conhecer as instalações e olhar cada detalhe que represente um risco ao meio ambiente.
Pablo Bassi, Diretor de Engenharia, Meio Ambiente, Segurança e Coordenação Industrial, e Alejandro Jacobsen, Diretor de Segurança e Meio Ambiente, explicam em que consiste e qual será seu escopo.
- O que é essa iniciativa? Ela surge a partir de qual necessidade?
–Pablo Bassi: O objetivo é agregar pessoas à causa ambiental; estamos abrindo a questão ambiental para mais pessoas e essa é uma forma de fazer. Até agora, ela era altamente centralizada nos responsáveis pelas Plantas, responsáveis pela direção e a área de Meio Ambiente. E se compararmos, por exemplo, com Segurança, havia muito menos pessoas por trás da questão ambiental do que da segurança. Temos cerca de 1.300 pessoas que fazem a Hora Segura e agora também estarão na Hora Ambiental. O meio ambiente não é só o que se vê ou a poeira que sobe, mas o que acontece o tempo todo na planta: se perde água, se vaza óleo, se há sujeira. Existem muitas coisas que provavelmente não olhamos de uma forma organizada hoje e a Hora Ambiental vai nos ajudar nisso. Acho que também vai estar enquadrada em um sistema de gestão, o que for feito será registrado. Isso nos permitirá ter planos de melhorias e cruzá-los com outras Plantas, com outros países. Aproveitaremos a experiência que já temos na Segurança.
- Na prática será semelhante ao Hora Segura, voltado para encontrar desvios?
–Alejandro Jacobsen: A mecânica da Hora Ambiental é a mesma, estamos pegando uma Hora Segura que acontecia às quartas-feiras e estamos transformando em Hora Ambiental. Usamos as mesmas ferramentas, que são as Auditorias de Verificação de Segurança, que transformamos em Auditorias de Verificação Ambiental. As mesmas pessoas que estão fazendo a Hora Segura Dirigida vão fazer a Hora Ambiental, e muito rapidamente envolvemos toda a liderança da nossa empresa nas questões ambientais. Estaremos acompanhando esses grupos com os Engenheiros Ambientais para que eles comecem a entender como é o processo de identificação de desvios ambientais. Essa Hora Ambiental pode ser validada no sistema, um desvio poderá ser carregado no sistema, ele irá te forçar a observar e começar a detectar as coisas.
E acredito que o principal benefício que terá, pelo menos nesta primeira fase, é a conscientização de que esses líderes, que tomam decisões todos os dias, passem a considerar a questão ambiental dentro das suas tomadas de decisão.
–Bassi: Acho que estamos usando a força que a gestão tem e a convicção de segurança que temos. Achamos que a gestão e a vida de segurança e meio ambiente são extremamente semelhantes. Portanto, além de como fundimos as estruturas, hoje estamos fazendo a Hora Ambiental. Chegará o momento em que não haverá distinções a serem feitas, porque você vai até a Planta e vai ver as questões ambientais e de segurança juntas. A forma de atacá-las e gerenciá-las é muito semelhante.
–Falando das estruturas, como funcionará a mudança de gestão ambiental que o CEO anunciou há poucos dias?
–Jacobsen: As estruturas irão se fundir: uma para a Saúde e Segurança e outra para o Meio Ambiente, as duas ficam sob o mesmo teto. Nossa ideia para o futuro é que as sinergias também comecem a ocorrer. É importante que as pessoas que estão em segurança hoje comecem a integrar sua visão da planta: quando você olha para uma linha, está olhando para a segurança, mas quem está olhando para a segurança também tem que olhar para os vazamentos ou como é essa linha do ponto de vista das emissões. Passamos a integrar nossa visão de processos como uma espécie de combinação entre segurança e meio ambiente.
–Bassi: Por que fizemos essa fusão de estrutura? Porque queremos que a cultura ou gestão da segurança atraia e envolva o meio ambiente. Queremos aproveitar a força que temos na Planta ao longo de tantos anos trabalhando com segurança para que isso englobe o meio ambiente e eles andem juntos. É uma forma de aproveitar sinergias e aprimorar a gestão ambiental.
–A cultura de segurança é forte na empresa. Como avançar nessa cultura de cuidar também do meio ambiente?
–Bassi: Há uma aceitação geral de que este é um assunto que deve ser abordado e que desperta interesse nas pessoas. Você se interessa pelo ambiente, pode se interessar pelo planeta, mas também acredito que estamos começando a entender que o meio ambiente é uma questão tão ou mais complexa que a segurança. Como a segurança está mais amadurecida em nossa Planta, é um tema que depende de nosso pessoal e de nossa gestão.
Porém, a questão ambiental transcende as plantas. Nesse cenário, o espectador é a sociedade; aquele que julga diretamente é a comunidade e também é aquele que pode ou não permitir que você opere. É claro que para o nosso tipo de indústria é fundamental o desenvolvimento de uma cultura ambiental que nos permita continuar operando. Temos que produzir de forma competitiva, sem acidentes e sem agredir o meio ambiente. Com a mesma prioridade as três coisas: produzir aço, não ter acidentes e sem agredir o meio ambiente. Se a sociedade te julga mal, não há volta.
Por outro lado, é preciso que os primeiros tenham a convicção de que o meio ambiente é importante na Ternium e que almejamos que seja um valor, somos as mesmas pessoas que aqui trabalhamos.