O presidente da Ternium Brasil, Marcelo Chara, representou a indústria do aço no debate sobre mudanças Climáticas no Congresso Aço Brasil 2022, realizado no dia 23 de agosto em São Paulo. O executivo participou do painel juntamente com Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente, Carla Zambelli, Deputada Federal e Wieland Gurlit, Sócio Sênior na McKinsey & Company. Chara destacou como a indústria do aço é parte da solução do processo de descarbonização por ter um papel central na produção de energia renovável e nos carros elétricos, além de poder ser reciclado de forma infinita.
Sobre o desafio da descarbonização da indústria do aço, Marcelo destacou que a transformação precisa acontecer com uma somatória de iniciativas gradativamente aplicadas para tornar a indústria mais eficiente. Nos próximos anos, a indústria pode aumentar de forma significativa o uso de sucata na produção de aço, mas há desafios de oferta de matéria-prima. “Precisamos de uma política para maximizar o consumo de sucata no Brasil e minimizar a exportação. Quando a sucata sai do Brasil para virar aço em outro país, estamos exportando oxigênio”, comentou.
Para o Presidente da Ternium Brasil, o aumento da oferta de gás natural com preço competitivo é uma oportunidade extraordinária para minimizar a intensidade da emissão de carbono. “Em outros países onde atua, o gás natural tem um papel forte na produção do aço, mas o no Brasil o preço é muito alto. Precisamos construir os gasodutos para acelerar a chegada do gás do pré-sal”, comentou. Marcelo Chara reforçou que o gás natural será um importante indutor no processo de reindustrialização do Brasil.
Com foco na meta de longo prazo de zerar a emissão de CO2 na indústria do aço, Marcelo Chara destacou o desafio de atingir esse objetivo quando 70% da produção mundial é pela rota de Alto Forno. “Não é uma mágica que será esse processo de transformação. Será um somatório de iniciativas que exigirá investimento, financiamento e tecnologias que ainda estão em fase de desenvolvimento”, explicou.
Um ponto destacado no painel é que a indústria representa apenas 6% da emissão de carbono do Brasil, contra 29% da energia e 60% do uso da terra. Mesmo que a indústria consiga a meta de emissão zero, o Brasil estará longe de atingir a meta. Outro ponto destacado por Marcelo Chara é o risco de invasão de produtos chineses pela perda de competitividade da indústria nacional. Para ele, o Brasil precisa estar atento para evitar que a indústria nacional faça o dever de casa de reduzir a emissão e o Brasil receba produtos importados com alta taxa de emissão de carbono. “É fundamental ter regras claras no comércio global. A China tem taxa de emissão de carbono maior que o Brasil e podemos estar importando carbono com a entrada de produtos do país”, concluiu.