A Ternium Brasil segue colocando em prática o seu roadmap de reduzir em 20% a intensidade de emissão de carbono até 2030 e estudando novas possibilidades para a descarbonização. Em outubro, Titus Schaar, Vice-Presidente de Operações e Ingrid Person, Consultora em Gestão de GEE e Eficiência Energética da Ternium Brasil, participaram de eventos relacionados com o tema de descarbonização e apresentaram oportunidades e desafios sobre o assunto.
“O aço representa 7% do total das emissões no mundo. Temos que descarbonizar. Se quisermos um mundo descarbonizado, o aço tem que ser fabricado com o mínimo de emissão de gases de efeito estufa possível. Estamos planejando mitigar tais emissões trocando algumas tecnologias e utilizando um minério de maior concentração em ferro no alto-forno. Ao invés do carvão, utiliza-se ou gás natural ou hidrogênio”, disse Titus Schaar durante sua apresentação no evento Green Hydrogen Application Summit, realizado na AHK Rio - Câmara de Comércio e Indústria Brasil - Alemanha. Este foi o primeiro evento do Brasil dedicado à aplicação do hidrogênio verde.
Titus Schaar citou a parceria da Ternium com a Vale para buscar soluções sustentáveis para o aço do futuro
De acordo com Titus, as plantas europeias estão indo para o caminho da utilização do hidrogênio, mas no Brasil, isso ainda é inviável pela falta do agente redutor a um preço competitivo: “Não é surpresa essas novidades serem apresentadas na Europa, onde o Estado dá incentivos. Por enquanto, seguimos na rota convencional mais eficaz possível para depois substituir quando num futuro tivermos hidrogênio disponível”.
Sobre transição e oportunidades, o Vice-Presidente de Operações da Ternium Brasil afirmou que a empresa busca reduzir de 2,1 toneladas de emissões de CO2 para até 1,7 toneladas, que é o limite da tecnologia atual utilizada: “Estamos aumentando o uso de sucata, estudando o uso de gás natural quando o preço for competitivo e firmando parcerias para desenvolver matéria-prima sustentável. Acreditamos que uma potencial oportunidade seja capturar o CO2 da Termelétrica e junto com Hidrogênio Verde produzir metanol azul”.
Uma dessas parcerias citadas por Titus Schaar é com a mineradora Vale. Em agosto de 2021, a Ternium e a Vale assinaram um Memorando de Entendimento para desenvolver soluções de descarbonização na produção de aço. A utilização dos briquetes verdes anunciados pela mineradora poderá reduzir em até 10% as emissões de GEE das companhias siderúrgicas, já que esses briquetes possuem melhor qualidade, mais ferro concentrado e exigem menor quantidade de agente redutor.
Já Ingrid Person, Consultora em Gestão de GEE & Eficiência Energética, participou do Evento Anual do Programa Brasileiro GHG Protocol da Fundação Getúlio Vargas, que celebra a publicação dos inventários de emissões de gases de efeito estufa do Ciclo 2022. Neste ciclo, a Ternium recebeu mais uma vez o selo ouro do programa pela abertura de seu inventário de emissões de GEE na plataforma Registro Público de Emissões.
Ingrid Person se apresentou no evento da Fundação Getúlio Vargas
Person participou do painel de especialistas que tratou sobre os desafios rumo à neutralidade climática em 2050 e suas perspectivas e tendências setoriais. “Não existe uma bala de prata para a descarbonização. o Green Hydrogen descarboniza uma série de setores industriais, mas ainda não está maduro” afirma Ingrid.
“A questão do hidrogênio verde para a indústria é uma grande aposta, mas não pode ser a única. Eu colocaria também a questão da captura de carbono e talvez até o reúso do carbono em outro setor evitando a emissão”, disse.
Segundo Ingrid Person, um grande desafio para a descarbonização da indústria no longo prazo passa pelas tecnologias que ainda serão descobertas para que sejam alternativas, além da implementação em larga escala: “Boa parte dos processos industriais pode ser eletrificada e teremos que ter essa energia sem pegada de carbono para esses processos novos. Na indústria siderúrgica, por exemplo, os eletrolisadores produzirão hidrogênio verde para servir como agente redutor”.
Ela concluiu sua participação no evento afirmando que é preciso estar atento para o desenvolvimento tecnológico, economia circular e contabilidade desses produtos com essa visão de produto para estar descarbonizando diferentes processos e produtos industriais, mas que precisamos passar desse tempo só de contar carbono: “Essa é a década da ação. Temos que mitigar, acelerar isso. Investir hoje para descarbonizar amanhã. Precisamos desenvolver um novo cenário para que essa descarbonização profunda ocorra”, concluiu.